Foi o passar do tempo, que não marcou esse olhar do retrato, que levou de nós as confidências.
E chegou a época em que não mais se ouvia pela casa o guizo das duas crianças correndo. Os pais das duas pequenas já não mais ficavam na sala a compartilhar o orgulho que sentiam das filhas. E isso faz muito tempo...
Antes de todas as fatalidades, quando agarrávamos as bonecas e saíamos a inventar histórias, esses mesmos olhos, profundos, marcantes, percorriam a pequenina casa sem reboco. E sonhávamos coisas pequenas...
Éramos nós na pobre boneca esquelética a falar uma com a outra sobre casa, emprego, marido e filhos. E nossas vozes, mal sabíamos, profetizavam nosso próprio futuro. Exceto nossa amizade. Essa ficou esquecida em algum lugar da casinha sem reboco.
E chegou a época em que não mais se ouvia pela casa o guizo das duas crianças correndo. Os pais das duas pequenas já não mais ficavam na sala a compartilhar o orgulho que sentiam das filhas. E isso faz muito tempo...
Antes de todas as fatalidades, quando agarrávamos as bonecas e saíamos a inventar histórias, esses mesmos olhos, profundos, marcantes, percorriam a pequenina casa sem reboco. E sonhávamos coisas pequenas...
Éramos nós na pobre boneca esquelética a falar uma com a outra sobre casa, emprego, marido e filhos. E nossas vozes, mal sabíamos, profetizavam nosso próprio futuro. Exceto nossa amizade. Essa ficou esquecida em algum lugar da casinha sem reboco.