A pesada xícara de esmalte sobre a mesa. Ferve a água que derrama no fogão. O pano sobre a estrutura de ferro filtra o
líquido que escorre macio, marrom, amargo feito mês de agosto.
E não demora, sobe aquele aroma, é o cheiro das tardes da infância. O paladar
bem sabe, logo virá o café. Mas antes, o
“açúcara” diz meu pai. É o doce que lhe falta na maneira bruta de lidar com as
coisas que ele compensa enchendo o bule com açúcar. E faz o café mais doce que
já tomei, me adoçando até a alma - não o tomo por todo, resto. Me sustento sustentando
o amor incondicional de família.