terça-feira, 30 de julho de 2013

Açúcara

A pesada xícara de esmalte sobre a mesa. Ferve a água que derrama no fogão.  O pano sobre a estrutura de ferro filtra o líquido que escorre macio, marrom, amargo feito mês de agosto.
E não demora, sobe aquele aroma, é o cheiro das tardes da infância. O paladar bem sabe, logo virá o café. Mas antes, o “açúcara” diz meu pai. É o doce que lhe falta na maneira bruta de lidar com as coisas que ele compensa enchendo o bule com açúcar. E faz o café mais doce que já tomei, me adoçando até a alma - não o tomo por todo, resto. Me sustento sustentando o amor incondicional de família.