domingo, 10 de agosto de 2014

Dona Arminda

Di Cavalcanti, Oiticica e Frida Kahlo
Têm o mesmo valor que a benzedeira do bairro.
Disse que não, ali o recém-formado entende, 
Vou esperar você ficar doente.
(Sucrilhos, Criolo)



Arminda é mágica
Joga a cera n’água
Joga o mel
Que vira sapo
Vira homem mau
Leva o mal
Lava o mel
Arminda é feiticeira
Seu sotaque de vó
Erudita, curandeira
Benze a dor
Bani o medo
Faz sol banhar água
Lava a alma
Faz segredo!
O peito aberto, fecha.
O vento virado, endireita.
O quebrante, afugenta.
Dores e males
Dona Arminda ajeita.
Faz mais - é médica
Conhece mais- só de ver
Sobre o assoalho saltam pingos
Que o Sol vem beber
A luz de Arminda, a bruxa
Faz milagre, viu?!
Para um incrédulo,
Arminda é louca senil.
Mas a criança
Adoecida, triste - ainda
Dor e morte -
Sobrevive e resiste
Pelas mãos              
De Dona Arminda