Comigo me desavim,
Sou posto todo em perigo;
Não posso viver comigo
Nem posso fugir de mim.
[...]
Que meio espero ou que fim
Do vão trabalho que sigo,
Pois que trago a mim comigo
Tamanho imigo de mim?
Carrego os traços sórdidos
de uma família de desajustes
Mistura infinda de etnias
Disforme composição
de uma família de desajustes
Mistura infinda de etnias
Disforme composição
Sobreposição de membros
Tortos formatos semi-humanos
Caminhando pela rua lotada
Risos de escárnio se propagam
Na medida em que o passo aperto.
Tortos formatos semi-humanos
Caminhando pela rua lotada
Risos de escárnio se propagam
Na medida em que o passo aperto.
Marcas salpicadas que populam
A pele crespa em desalinho
Saltam fios rebeldes de cobre
da fronte larga e côncava
E quando me encontro
Por algum motivo, me encontro
Rindo da tristeza de nascer
São sulcos que brotam
Cavas nas maçãs podres da face
E se em pranto, vermelha córnea
Salta-me do crânio - cuidado!-
Quer engolir as pessoas em volta
Do nariz curvo, em sangue e cravos
Escorre a síntese do desprezo
Que corre para a arcada
De dentes amarelos e dispersos
Cobertos por uma massa de lábios
Ressequidos, murmurosos.
Quando em decúbito
Se acumula a pele que sobra
Resquício de gente que nunca foi.
Assim permaneça, o dia em que eu for
Serei lembrada por não haver,
Nem um dia sequer,
Gozado de qualquer beleza de ser.A pele crespa em desalinho
Saltam fios rebeldes de cobre
da fronte larga e côncava
E quando me encontro
Por algum motivo, me encontro
Rindo da tristeza de nascer
São sulcos que brotam
Cavas nas maçãs podres da face
E se em pranto, vermelha córnea
Salta-me do crânio - cuidado!-
Quer engolir as pessoas em volta
Do nariz curvo, em sangue e cravos
Escorre a síntese do desprezo
Que corre para a arcada
De dentes amarelos e dispersos
Cobertos por uma massa de lábios
Ressequidos, murmurosos.
Quando em decúbito
Se acumula a pele que sobra
Resquício de gente que nunca foi.
Assim permaneça, o dia em que eu for
Serei lembrada por não haver,
Nem um dia sequer,